sexta-feira, dezembro 26, 2008

Acabou o Ensaio


"cara a minha mão dói demais não consigo mais tocar do jeito que eu fazia, sabe... aquééééla viradinha de baixo naquéeela parte", eu falei, olhei pro lado o Lau me olhou e a gente deu uma gargalhada alta na sala de ensaio, mas fói bom cara..., este tempo todo foi muito bom, mais até do que eu quis que fosse, fui ao médico e ele me falou: "você tem principio de L.E.R, é isso que mostra a lesão nos nervos e tecidos da sua mão, você terá de fazer electrochoque durante SEIS meses todos os dias, a gente vai fazer mais uns exames pra gente se vai ser preciso algum acompanhamento de um medicamento próprio, vamos ver como se comporta", e apertar aquela bolinha chata que, falando nisso ainda nem fui lá pra comprar, ano novo bolinha nova neh, mas foi duro sair daquela clínica, mais duro ainda foi o primeiro dia de fisioterapia, dia 23 de Dezembro de 2008, poxa peguei ondas de choque na mão, rsrsrs tremi pra porra rsrsrsrs, depois a tia gordinha fez um massagem nas minhas mão que quase ela consegue as arrancar do meu braço, doeu... mas eu tinha esquecido cara que naquele dia eu ia encontrar a Pifo que depois ia encontrar o Lau e o Sandro, ea gente ia ensaiar, te confesso que aquelas lamurias permaneciam, tomamos umas brejas, foi como se eu sentisse que ali naquela mesa entre outros assuntos, ali tinha acabado, pelo menos por um período, não posso tocar baixo na banda, não tenho mais forças pra isso, naquele ensaio a minha mão deu pontadas, eu bem que queria mostrar pra Pifo que eu não desisto fácil, mas eu não consegui Pifo meu anjo,me perdoe, mas eu vou me cuidar e quem sabe montamos a nossa dupla à lá Sandy e Jr. hein?lembro que na volta pra ksa minha mão doía muito, mas eu aguentei coladinho disfarcei a dor lembrando do Marcelo, gostei do meu fim, foi um fim lembrando do inicio, que nem em filmes rimos a viagem inteira de volta pra casa, nos despedimos até outro dia nos encontrarmos.

segunda-feira, dezembro 08, 2008

ouvindo Flaming Lips


hoje eu estava ouvindo um disco chamado From Wedding Crashers do Flaming Lips, mas precisamente a musica Mr. Ambulance Driver, depois procurei o clipe no youtube, fiquei pensando que mão esquisita daquele cara, que musica bonita, sinto falta de coisas que já fiz, eu tenho um amigo lá no Japão, que sinto falta de falar com ele, trocar ideias absurdas sobre uma turnê médio Juruá que faríamos, com o nosso batera africano, (a cota de negros na banda), sinto falta de rir com ele, Flaming lembra estas coisas, o lance de um disco deles que é um disco quádruplo que tem que ser ouvido os quatro ao mesmo tempo, uhauhauh cara que engraçado, imagina você na sua sala correndo com quatro aparelhos de som pondo os quatro disco e tendo de dar play nos quatro discos ao mesmo tempo, impagável, rsrsrs talves eu seja o tipo de cara que cometa uma loucura destas só pra tentar sacar o que aquilo queria dizer, o Flaming lembra coisas doces e sem noção que a gente fazia, uma cena muito boa, que merece boas risadas imagina que você marca um ensaio no bairro Santo Agostinho, no Tupira estudio, do nosso amigo Agostinho, às 11 da manhã até as 13:00, você sai com uma fome incrível de lá, se depara coma ideia brilhante do Kérimbó, de ir andando lá de dentro até a estrada da ponta negra sob aquele sol escaldante, ele tudo bem neh, acostumado a andar milhas e milhas pelo kalahari mas pra nós (eu e o Alex) foi deprimente e cruel, eis que no meio do caminho nos deparamos com uma birosca que mais parecia uma carvoaria, que "servia" peixe assado na brasa, com a fome subindo pelos olhos tristes e sedentos, não contamos conversa estava tudo naquele olhar que dizia um pro outro, com o beicinho virado pra baixo: vâmo merrrmo, ahuahua nos esbaldamos de tanta farinha baguda, comemos como reis, até mesmo o olhar pederasta de uma bicha velha que encarava a nossa donzela errante Alex (aquele amigo que está no Japão), saímos o resto da tarde pelo caminho disparando gargalhadas, foi muito engraçado bons tempos aqueles, o Flaming me lembra aventuras por B.H., Canoas, descendo as ladeiras de B.H. incrivelmente bêbado, cantando musicas inventadas na hora com algumas pessoas que eu sequer lembro o nome, dias de chuva a caminho de Porto Alegre, coisas bacanas e que eu parei de fazer, mas isso não tem um culpado, na verdade tem sim, o culpado sou eu mesmo, que desacelerei, posso levar o que eu quizer, outro dia assistindo a NET Digital e seus mil e tantos canais que não nos falam absolutamente nada, aí eu tava pensando horas e horas mudando de canal, meu deus, qu absurdo, pra completar tudo isso esqueço a minhha carteira com meu dinheiro no trabalho. Feriadão sem dinheiro com dinheiro, mais dicursões e lembranças boas.

sexta-feira, novembro 07, 2008

a falta.



é a falta que mata
é como ser peixe sem calda
horas vagas de pura nostalgia retarda
vida prodígio de horas insensatas
que cospem dor sem cessar de sua boca amarga
é a falta que mata
a melodia pacata
de canto que atormenta... acovarda...
vida em sigilo por sobre as luas de prata, baratas
que cobrem o pão nas calçadas...


aqui é onde muda a rima
de um verso inconstritável
mas é de insistir em dizer que é a falta que mata
que afaga e rebata este mal dizer
que não há o que fazer nem o que temer
pra temer mais a falta
pois ainda sim lá dentro nomeio o do ócio, é falta que mata
que mata e maltrata..
Lincoln Mar

sexta-feira, outubro 31, 2008

Mr Tambourine man


Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Não estou dormindo, e não há lugar onde eu possa ir.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei.
Embora eu saiba que todo império retornou ao pó,
Varrido de minha mão,Deixando-me cegamente aqui parado,
mas ainda não dormindo.
Meu cansaço me espanta, estou plantado por meus pés,
Não tenho quem encontrar,E a velha rua vazia está muito morta para sonhar.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Não estou dormindo, e não há lugar onde eu possa ir.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei.
Leve-me a uma viagem em sua mágica nave ressoante,
Meus sentidos foram arrancados, minhas mãos não podem segurar,
Meus pés estão muito dormentes para pisar, esperando apenas minhas botas
Para perambular.Estou pronto para ir a qualquer lugar, estou pronto para desaparecer
Em minha própria parada, moldando sua dança a meu caminho,Eu prometo segui-la.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Não estou dormindo, e não há lugar onde eu possa ir.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei.
Embora você possa ouvir-me rindo, girando, dançando loucamente através do sol.
Não está vendo ninguém, está só fugindo correndo,
Pois no céu não há cercas revestidas.
E se você ouvir traços vagos de rimas enroladas
Para o seu tamborim no momento, é apenas um rude palhaço atrás,
Eu não lhe pagaria mente alguma, é apenas a sua sombra,
Visto que está lhe perseguindo.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Não estou dormindo, e não há lugar onde eu possa ir.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei.
Então me faça desaparecer através dos anéis de fogo de minha mente,
Abaixo das ruínas nebulosas do tempo, passando ao longe das folhas congeladas,
O assombro, árvores assustadoras, para fora da praia ventosa,
Longe do alcance distorcido da tristeza insana.
Sim, para dançar sob o céu de diamantes com uma mão acenando livremente,
Em silhueta para o mar, circulado por areias circulares,
Com toda a memória e destino navegando profundamente abaixo das ondas,
Deixe-me esquecer do hoje até amanhã.Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Não estou dormindo, e não há lugar onde eu possa ir.
Hei! Senhor Tocador de Tamborim, toque uma canção para mim,
Na aguda manhã desafinada eu o seguirei.
*ultimamente tenho me sentido assim.

segunda-feira, setembro 22, 2008

o campo




do fim, das coisas semânticas e metafisicas entre o doce da chuva e o sal do mar, das luzes dos relâmpagos, a agua divagando as penumbras do centro antigo, a cidade se cobrindo em seu sono marginal, os filetes de agua enrolavam-se nos meus cachos, sinuantes ao vento forte, as luzes dos postes davam um tom de translucidez, era tudo que se podia aceitar, chover, é impossível imaginar tudo, o que a negra noite guarda nas vielas vazias, "nas vielas vi ela" ou queria vê-la, beija-la sentir sua cabeça super posta de coisas insensatas ao senso sensível à flor da pele, o homem coletivo sente a necessidade de coletar solidão solidada ao que rodeia seu medo, o orgulho , a arrogância o pandermônio de coisas que não deram, certo, queimem os panteras negras, esquartejem Joaquim Silvério dos Reis e distribua pelos puteiros, seus braços e pernas e dentes guarde o crânio pra minha sopa matinal, sopa de letrinhas, quero saldar às novas borboletas mesmo confessando ter muito medo destes animais, "você não é o caso perdido, é o caso achado", pois o resultado é um somatorio delicado de erros, e pode acreditar mais erros que acertos, você só cospe o que te faz mal, daí eles já vão autoanalizando-se pouco à pouco, a tua mudança em relação ao teu passado é a formula do seu trabalho, do seu eu e ego, trabalhando pro futuro dos teus, é de chão e de agua que tu te reconstrói a hora de chorar o passado já se esminguiu, agora limpa esta terra dos joelhos olhe pra frente que atraz fica pra traz, o mártir do seu passado? aprisiona lá dentro de ti e deixa aquilo de bom que você sabe que tem por ae por cima dos teus olhos talves, deixa isso solto, quem consome e compra guerra, de guerra morre , pois Jesus já dizia "aquele que vive pela espada morrerá pela espada", guarda esta armadura e te volta pros teus campos de centeio e colhe teu trigo em paz.

quarta-feira, setembro 17, 2008

tem horas....

tem horas que precisa dar reticências pra engulir tudo... e eu engulo porque a amo, porque não sei mais viver sem ela...

segunda-feira, setembro 08, 2008

abaixou a cabeça com seu passo tímido
observou a luz com o seu olhar óbvio
caiu em desespero em seu navio negreiro
gastou suas palavras como se estivesse bêbado
sorriu e gargalhou e fingiu ter alivio
escancarou os dentes para a forja do ferreiro
dormiu a meia luz pra não assustar o sono
mastigou o amargo no seu caldo morno
olhou timidamente com os olhos vermelhos
gritou mais vez a sua ira em cinza
deixou queimar até o ultimo fio dos seus cabelos
fez toda estrutura da lama da cacimba
desligou o pulmão e respirou fumaça
esmaeceu em pó tal qual cal à parede nua
cortou os pulsos magros com a faca cega
ateou fogo na igreja como se estivesse louco
duvidou de si com se estivesse são
unidoaos olhos dor, ódio e paixão...

quarta-feira, agosto 27, 2008

Brasil em Pequim? te asseguro melhor Tomar Benflorgin!!!


Apagou-se a Pira Olímpica !!!!! deixando acesa à pira brasileira desportista um bando de questões suspensas e equilibradas por uma leve casca, casca de ferida, suja, destruída infeccionada com quantos mil litros de pus que você quiser pôr ao redor dela, e as promessas de medalhas de ouro? e as nossas seleções de remendos ? e o Brasil? será que este país tão forte como se diz ser é tudo isto mesmo, não sei depois de ver a Etiópia em 15º lugar no quadro de medalhas, e você passou as suas madrugadas sagradas sacramentas a falta do patriotismo tão dito, tão vil, tão civil, a identidade de um povo fútil, tava assistindo uns jamaicanos como são velozes voam, batem no peito carregam consigo seu país, e vi um dia deste um jogo de futebol da nossa "seleção", que desleixo?!, sem vontade, aos troncos e barrancos, entortando as suas pernas na busca de um show que não passou de uma fagulha, aliás ter esperança é de graça e não depende da politica maquinada e viciada Brasileira, o tal nadador americano voando nas piscinas, os russos e suas meninas, ae você me diz: "ah mas coitadinhos os brasileiros não têm dinheiro", a coisa até depende de dinheiro sim, mas e a vontade pelo seu País?, todo mundo foi brilhar em Pequim, nós fomos bater fotos, nós fomos passear, como o que viemos fazendo de uns tempos pra cá, e você me diz mas o futebol do Brasil é o melhor do mundo, nós somos o celeiro de atletas desta modalidade , e eu lhe digo somos um bando de vagabundos perdidos num campo de várzea qualquer, sem instrução, sem saber ao menos cantar o nosso hino, sem paixão por esta terra aqui, povoada dos mais belos e perigosos bandidos da Europa, sem saber o que quer dizer nação, elegendo o vicio, a droga, a prostituição infantil, o estelionato, a falta de carater, e o descaso nas nossas eleições, umas manchetes chamaram de decepção, eu digo que a campanha do Brasil só deu aquele amargo a mais nas minhas madrugadas, só mostrou que o Brasil´só dá orgulho aos investimentos estrangeiros, àquela velha máquina viciada aquele alforge antigo, é nestas horas que sinto falta da ditadura....com tantos gritos presos na Garganta em Pequim foi só pra tomar Benflorgin mesmo...

sexta-feira, agosto 15, 2008

Secretaria de Cultura sem Cultura...


Mês de agosto à gosto da falta de visão da nossa secretaria de cultura, mas eu não vim falar deles, mas vale perguntar ao Robério Braga se o cargo de Secretário d CUltura dele é vitalício?, mas enfim eu vim aqui fazer uma certa propaganda da banquinha de tacacá do largo, onde eu vi um surgimento, ainda que meio timido de um movimento cultural muito forte, que tenho fé que se propague, engraçado o sêo Joaquim de certa forma demonstra que não precisa gastar milhões, como o nosso querido Secretario Piriguete da Cultura, gastando dinheiro com presenças sociais de atores e etc, não precisar gastar com festival de ópera e cinema, basta ter uma banquinha de tacacá, um conhecimento cultural razoável, e simpatia só isso, este movimento cultural que eu citei acima ocorre no largo São Sebastião, sempre que posso, eu vejo alguns eventos promovidos pelo tal Joaquim, eu não o conheço mas pela sua coragem e respeito à cultura já o adoro, como um amigo, eu também acho graça de se fazer um festival enorme de ópera e cinema, e não citar que a maioria da população desta cidade a qual eu vivo, não tem ideia de como se absorve tais informações, por quê? simplesmente porque as escolas publicas não geram este conteúdo pra comunidade estudantil, por que a única coisa que se reconhece em termos de cultura ao grande povo, é o forrró (diga-se de passagem deviam incluir letras de musicas de forró nas aulas de sexologia, ou campanha pra prevenção da aids) e o nosso boi, esta mutação ao meu ver mal realizada com o axé baiano, este "refugo desmoralizador e sem identidade" uma vez o cara me disse:" pow mas é importante estes festivais aqui pra nossa cidade", aí eu pensei, é pode até ser, mas do jeito que a coisa é promovida, só tem importância como influencia politica, "mas o Governo num é pro povo?" enfim, a verdade é que tudo isso é falsa propaganda, nós temos duas Universidades Publicas e nenhuma delas tem"força politica e cultural" pra promover festivais, como o FUM, aquele que o reitor da Universidade Federal do Amazonas,"defendeu com tanto esforço",rsrsrsrsrs, mas tanto, que privatizaram e agora o circuito cultural empobreceu de vez mesmo, a verdade também é que aqui ninguém é motivado a fazer nada em termo cultural, outro dia conversando com o Sandro Abecassis, parceiro de canções e amigo, ele me comentava um fato que havia acontecido com ele, ele estava no estúdio da rádio Amazonas Fm, e um "grande compositor" que fez um "grande sucesso" (meu pai paga a minha faculdade e blah blah blah), quando o locutor em off perguntara pra ele o que ele achava daquele som, e ele severamente respondeu toda a falta de bom senso e as apologias a que o tal "sucesso"faz jus, ae o tal "compositor" responde: "mas é disso que o "pessoal gosta pow", e é aqui que ele tem a razão, independente de estudo, o nosso povo é burro (culturalmente), não se enxerga um palmo a frente dos olhos quando o assunto à frente tem um teor mais refinado, e o cara observa as aberturas dos jogos de Pequim e diz "olha que bonito" se a única coisa que as pessoas sabem assimilar e ausência desta beleza configurada pelos burros formadores de opinião, e não se esqueçam hoje é quarta feira comecem a frequentar o largo São Sebastião, nem precisa comprar nada é só sentar e remontar sua visão sobre o que lhe rodeia...(isto tudo foi muito pobre à ponto de qualquer pessoa até mesmo o Secretário Piriguete da CUltura entender que como disse o poeta Pereira "a Secretaria de cultura não tem competência e nem cultura" para organizar eventos pra este povo burro que se encosta na parede e acha que aparecer na TV ou tocar no rádio é legal. )

sexta-feira, agosto 08, 2008

Ensaio sobre meus punhos brandos


hoje eu vim aqui coberto de poeira da estrada do parque das laranjeiras, com a tosse mais ofegante que de costume, com espirros mais fortes e mais violentos, com as mãos "tuíras", de muita poeira que os pneus levantavam, mas muita mesmo, que os meus olhos que já são debilitados, não puseram nenhuma paisagem diante daquele ar pesado, e da paisagem num tom marfim, que eu até gosto de observar, os carros empoeirados, todas as mãos dos passageiros sobre o nariz, os olhos, lacrimejantes, sob o alto sol que se apresentava, e com seus raios brilhantes invadiam os fragmentos brilhantes na poeira, as pessoas, as casas, os carros, os olhos, os pássaros, os insetos, todos um atras do outro, em fila indiana - manauara, os homens e a terra, adiantou de nada estar à diante, ainda com os homens de azul que cuidavam da terra, os punhos cansados, a respiração forte variava com as batidas forte e raivosas dos motores, nada podiam contra o vento, contra a força da poeira, aliada aos gritos incessantes de quem não estava com a paciência santa do espírito santo, a impaciência faz com que todos envolvidos nisso respirem mais forte, grandes quantidades de poeira, grandes quantidades de sol, de raiva, e eu me mantive quieto , tranquilo, escutando o Devendra Benhart - litle boys, quando eu percebi o celular descarregado e também empoeirado, não liguei procurei me manter calmo, em sigilo, pra que ninguém me descobrisse, pra que ninguém soubesse que eu estava ali, e eu consegui entre as tosses, os gritos , ah sim ainda tinha uma sinfonia de buzinas desencontradas, cada no timbre da raiva de seu dono, de seu motor..., mas eu continuei a pousar em cada passo da minha respiração, sinuante a cada saliência que o humor negro desta manhã me trouxe, os canos, o grandes tratores a ferir o chão, o sangue na agua suja do esgoto em repulso, o fedor... ah numa noite passada encontrei o Isaias um antigo amigo filho de Oxossi, que me olhou e disse: "engraçado, eu não vejo mais aquele demônio nos teus olhos, você parou de beber como bebia?, parou de fumar?" com um semblante calmo confirmei, sim com a cabeça, parei com o cigarro, ao menos to resistindo bravamente,a bebida eu queimei o endereço dos bares, só ela sabe, ele riu, to tentando, "mas eu sinto que este teu espírito ta quieto, e isso só acontece quando o cabra esta em paz ai dentro do motor" eu sorri uma gargalhada alta, e ele disse "num disse, até a sua gargalhada era como um grito de guerra, hoje ta diferente" eu o agradeci e segui o caminho pra casa tranquilo como tem sido estes tempos, ai vim pensando eu sou um elefante pesado e tranquilo, mas aliviando o peso, sem medo de estar com olhos fechados, é verdade, tenho tido momentos de muita poeira na minha alma mas as coisas estão ficando claras, foi preciso...foi preciso tempestades de areia... mas agora uma brisa fria e refrescante é o que corre, mesmo com aquela poeira toda de hoje pela manhã, as mãos apesar de um monte de cicatrizes, repousam calmamente uma sobre a outra, os cachos dos meus cabelos se desviam numa sinfonia que só eu exalava em meio à poeira... pensando na forte dor de cabeça de ontem, na falta de ar que me deu este mês, nas coisas erradas que fiz, na minha alma tranquila... apesar de umas coisas estranhas de saúde... tranquilo, sim tranquilo como um elefante... refazendo alguns percursos, de punhos brandos sem objetivo de acertar o alvo... só proteção, como casa de formiga de fogo, como uma árvore cheia de lagartas, os meus punhos não brigam mais só protegem, não há mais raiva neles... talvez um pouco de magoa de coisas antigas, mas raiva não agora é a hora de mante-los brandos....

terça-feira, julho 22, 2008


uma vez puseram a mesa, de uma forma muito formal tantos talheres que eu nem sabia pra quê e o quê cada um servia, e eu não comi nada por vergonha, outro dia já serviram no palitinho, e eu tenho as mãos grandes e ambiciosas, e mais uma vez a falta de tato, me deixou com fome, e agora estou comendo com as mãos pra aprender eu te confesso Aznavour nem foi tão bom quanto escreveste, horas desceu, amargo e outras, sem graça. Ainda estes dias tive vontade enorme dos cigarros, mas me contentei com bombons, eu acredito e espero que uma hora isso passe, confesso também, aqui nestas linhas puídas, que quase morri, houve momentos que em que senti a falência do corpo, lentamente eu vi as imagens se desligando pouco a pouco, e no fundo mas bem no fundo eu ouvia respira fundo, precisei de agua muita agua, sempre estive ligado a ela de alguma forma, as vezes eu sinto umas pontadas no peito, e isso me faz lembrar que eu outro dia comendo com as mãos, fiz a besteira de deixar cair boa porção da "colherada" no chão e fez falta, e como fez, meu estômago por alguns instantes fez sim, eu quero de agora em diante comer devagar, eu mastigo rápido as vezes eu até nem mastigo direito, mastigar é um hábito que exige tempo, e tempo é precioso vocês sabem disso, e as vezes eu gostaria de me jogar de algum lugar, de sair caminhando, mas eu sabia que se fizesse algo seria a ultima refeição, depois eu senti tudo aquilo que eu disse aí em cima, fiquei meio desnorteado, mal consegui dormir, aliás dormi seco, pesado, em vagos momentos que consegui acordei na ideia de ser domingo, atrasado, todo errado, e com o inchaço no rosto, fui à luta de mais um meio dia de trabalho, até que os problemas profissionais foram muito bem digeridos, mas te reconfesso que a minha cabeça sempre estara presa pro depois do meio dia, em mim, eu achava que estava tudo bem, mas foi ela chegar e eu saber que não estava, e não estava mas tudo foi correndo conforme os nossos planos e encontramos a agua, ficou tudo bem, eu vi duas crianças, pensei nas minhas e pensando neles, eu não pude deixar de pensar que nada alheio ao meu passado possa afetar-lhes, não vou deixar esta desconfiança chegar a eles, mas não sei ainda como resolver este algoritmo, me senti tão bem em beija-la naquele imensidão de agua doce, fiquei leve, mas sabia que aquilo ainda me consumia, há muito tempo eu não sentira aquela ira nos meus olhos, e doeu, doeu muito, parece que foi ontem que eu fiz aquela merda toda, isso me segue e cruelmente morde pedaços de mim e do que no momento eu tenho mais importante, passei o domingo meu tristonho, (apesar de estar em família) engoli o gosto amargo a segunda inteira, até vê-la, espero velar por nós...

"dos muitos que viram você aqui disseram que mal você não faz"

terça-feira, junho 24, 2008

EU NÃO SEI NADA SOBRE PLANOS

DESCULPE A MINHA INCOMPETÊNCIA HOJE EU NÃO PUDE ESCREVER NEM DIZER AS COISAS QUE SINTO HOJE, HOJE PRECISO ESVAZIAR A CABEÇA, REORGANIZAR.. ESPERAR O ÔNIBUS QUIETO, PRECISAVA ATÉ FUMAR UM CIGARRO, MAS ESTE ESTÁ FORA DE COGITAÇÃO, DESCULPEMM.. DESCULPE VOCÊ TAMBÉM.. AS BABOZEIRAS MINHAS, HOJE EU NÃO QUERO PENSAR EM NADA...QUERO ME MATAR.. HOJE EU NÃO TENHO SENSO... FEELING... OU QUALQUER COISA QUE OUSE REPOUSAR NA MINHA PELE.

Love is the word I said a million times
..TO YOU
NÃO COBRAREI NINGUEM PELAS COISAS QUE TÊM ME ACONTECIDO

segunda-feira, junho 23, 2008

tempo tempo tempo...mano velho


Hoje eu vim aqui cuspir meus delírios sobre o tempo, tempo este que me fez muito mal, que jogou no calabouço na companhia dos ratos, das baratas, das coisas da madrugada, que me trouxe a florista, que me arrebatou dos corais, sim ainda sim aquela história, hoje vim falar que o tempo é um espadachim sábio e cruel, que suas adagas ponteiriças, te confesso autor que ele não tem sido bom com a nossa época, nós estamos por ai obedecendo uma ordem que não se valida por si, ainda ontem quando estava tontinho, pensei nas coisas que o tempo me fez e me deu, e agradeci às duas ocasiões, vemos ai o Dunga e seu tempo sacramentado à sua sina, vemos a queda dos estadistas vencidos pelo tempo da ordem absoluta, absoluta com o povo, absoluta como eles, vemos o tempo dos jovens fadados ao que comem, ao que se dragam, ao que se acham saber, vemos ainda o tempo dos velhos, que já foi muito, que alguns até esperneiam a pressa de seu tempo, mas que alguns dão risada da derrota pro tempo, mas o meu coração selvagem violentado pela praga do amargo, veio dizer do tempo destas coisas singulares do planeta, vim contar tempo pro tempo me dizer de si,não quero as respostas do tempo, quero as perguntas queria saber saber que perguntas ele me fará daqui a um minuto, é um queira não queira danado de segundos angulares a fio, a se consumir, a confundir o mais exato e certificar o confuso, e quem são o mercadores disso tudo? são todos uns podres sobre seus relógios de ouro, mas o verdadeiro tempo, das areias do consumo, do insumo vital, da percepção este sim é indomável, como o tempo das saudades, da infância, da velhice, este está acima do ternos, das roupas caras que estes por si mesmo já se consumem em pouco tempo, "take it easy my brother Charles" vim contar que este tempo todo estava tudo muito pesado, muito inquieto dentro das coisas, que o tempo consome e some com algumas coisas da gente...

terça-feira, junho 17, 2008

traição segundo Amaury


ouvindo aquelas conversas de escritório, a conversa entrou em um assunto muito delicado : traição. Segundo Amaury meu chefe:"traição é o campo das mulheres, eu tenho maior respeito por elas porque elas conhecem bem", titubeei com esta afirmação dele, com o sorriso sacana na cara ele me perguntou num é não, eu confirmei, confirmei pra não criar caso, mas eu tenho lá as minhas discordâncias, eu já traí eu sei o que é isso, é lamentável mesmo eu sei que já traí, foi quando a Edla disse de lá "as pessoas só reconhecem quando perdem", não confirmei, a traição segundo a minha pessoa, que já esteve em ambos lados da moeda, nem sempre é porque você não tem carater, o ser humano, enquanto não se encontra ele precisa se aventurar, até ele não receber aquela mensagem no meio da cabeça dele, aquele instante de misto de solidão, alegria, tristeza, paz e guerra, ele há de continuar traindo ele precisa se sentir despedaçado, precisa manter -se em pedaços, pelo menos digo isso de mim, precisei de uma traição pequena e doente, o problema é que a maioria das pessoas assistem a globo e acreditam demais nas verdades doentias e pederastistas do Nelson Rodrigues, taí um escritor que pra mim não vale merda nenhuma, (quem é ele pra dizer das alturas dos meus abismos?), a realidade do mundo é o mundo próprio de cada um, não vou negar que tem gente que gosta de trair tem este instinto consigo, mas eu não me enquadro nisso, precisei trair pra me quebrar de vez, pra me mostrar que eu não sou perfeito, pra me deixar chegar ao fim do tudo, sem condições para os acasos das balelas das noites de festa, eu acho que quando se trai se conhece o horror próprio, ainda que muitos quase todos achem, que tudo foi festa, que saíram do campo ganhando, mas a verdade é que perderam-se na boca do qualquer, e agora lançaram-se em mar aberto ao paladar dos tubarões, os traidores são a comarca dos naufrágio das embarcações, entendo que pra se trair é preciso peito, pra se confessar tal traição, é preciso ser um pouco gente, dar a cara a tapa, compreender na profundidade do negro da vida, que você está ao léu, esperando a mão amiga ou o amargo do féu, não me envergonho do que fiz, a única coisa de bom que aprendi é que as pessoas são pistolas automáticas e frias, mas há também aqueles construtores constritando este mal dos escuros olhos destes naufrágios, tive sorte dela ter me tirado daqueles corais com vida, tive sorte mesmo de saber que ainda havia esperança pra mim...hoje eu sou leal, como uma bandeira à seu brasão, porque aquela mão amiga...sim aquééééla que me livrou dos corais naquele dia com seu abraço de polvo me ensinou que trair é não encontra-se mais em si, mas que tem solução...e confiar....e eu devo muito a esta mão...e pus minha vida a mercê dela, e se um dia ela me devolver àqueles corais eu entenderei... eu vou ter a certeza de ficar lá lembrar que um dia estive em águas tranquilas, e se voltei foi porque mereci....

segunda-feira, junho 16, 2008

Vinhos...fomos...


Hoje eu vi num céu cinza num frio e pesado, na cabeça do cachorro morto que estava no ponto de ônibus, um mal, descobri que sofro de um mal terrível, fico vulnerável quando fico sem vê-la, minha força de leão esvai-se, a combinação deste cenário fantasmagórico, me fez tremer, pela manhã não resisti aos delírios do meu telefone, sentado no meu altar, com meus adornos, olhei fixamente pra ele, e pensei "não nem aí se eu atrapalha-la", liguei pra ela e ou vi um "oi" agoniada como sempre, a ideia de um sorriso lindo atrapalhada e eu fiquei bem.



Domingo 15/06/2008


estava ae a tarde inteira soldando coisas, com medo de fazê-la esperar, dae discutindo altas teorias sobre frequência, sinais de spectograma, ondulação de nuância de sinal, entre um cigarro e outro ele me perguntava, "mas me fala aí, você tem certeza?" eu disse sim, tanto do que eu havia feito do que eu estava fazendo, como do que eu estava por fazer, mas a verdade é que eu não sei bem ao certo o que eu tenho de fazer, sei que posso ser muito bom, é questão de empenho, mas pra ela eu quero ser o melhor, que domingo louco, as horas correram furiosas, minhas mãos doíam, o céu escolhia as paletas de cor da noite que se aproximava, foi quando deu a hora eu me despedi dele com um abraço longo, e um tapinha nas costas de até mais, bjo na tia, e eu fui pra um encontro que foi muito diferente do que eu esperava, eu a encontrei, e é incrível, eu tenho tudo programado na cabeça até ela dizer oi, quando ela me diz "oi", eu sou dela, a minha vontade é o que ela decidir, e se ela quiser voar eu crio asas dos meus braços suficientemente poderosas, pra leva-la até o mundo que ela quiser, e ela queria vinho, me contou sobre a noite passada que bebeu um vinho e dormiu, então vamos beber uma garrafa nós dois agora, fomos caminhando pela Djalma Batista, compramos uma garrafa de um vinho barato, voltamos conversando a esta altura do campeonato eu já era completamente os passos dela, eu fiquei brincando com as minhas mãos nas mãos dela, não sabia se eu a mordia se eu a beijava, a única certeza ali era que eu tinha de ser demarcado por ela eu tinha de estar impregnado por ela, nem a sandália quebrada, nem as formigas de fogo, nem o sol da noite nem nada, nada podia me deter de senti-la, eu lembro de chorar por culpa de umas feridas que estamos curando com a ajuda do tempo e da verdade, foi difícil confessar a ela e ouvi-la, descobri que eu não sou tão homem assim, mas começo a ser, admiti todas as culpas nos cartórios, todas as firmas reconhecidas ou não, eu disse pra ela que eu sofro de uma morte de lenta e perigosa que me toma por dentro há anos a fio, disse que ela tem me curado gradativamente, pedi perdão a ela pelos punhais que cravei nos peitos dela, tomado pela cegueira dos meus vícios, do meu jeito idiota de ser, do meu lado demoníaco, aquele mesmo que me tomou naquela viagem de ácidos naquela noite, me confessei a ela, e disse que não espero nada de volta dela, só sei que tenho de ama-la, que não tenho motivos pra isso, não sei como explicar mas a verdade é que naquela sexta a uns dois anos atrás, ela me balanceou, retirou uma uma fina lasca de gelo que se hospedava há algum tempo, beijei algumas bocas com um lábio frio e áspero, mas ela não, não sei bem explicar, mas ela foi um acidente de carro a mais 380 km/h de frente num muro passei dias atordoado, não quis incessantemente acreditar nisso, mas a verdade é que hoje eu sei que naquele dia ela tinha sido a lança, ela transpaçou certeiramente ela diz que foi eu, mas eu sei que foi ela, tenho certeza disso, tenho certeza que naquela noite apesar de tudo que eu fiz depois daquilo, tenho certeza ali eu segurei a mão dela e ali começara a minha salvação, foi ali que os ponteiros do relógio se alinharam numa nova era, mas eu como sempre fiz besteiras no meio do caminho, que me mostraram o quanto era grande a mulher com quem eu estava lidando, e eu tenho um medo incrível que os meus demônios (que são muitos) se soltem, e estraguem tudo, mas sei que de alguma forma ela os amansa e eu acho isso incrível eu já vi ela fazer isso umas três vezes, vi que ela sabe lidar com a força mais poderosa e maligna que eu concentro dentro de mim, sim ela sabe me dobrar com um olhar, a verdade é que hoje eu sou dela, que eu seria o sol se ela quisesse calor, o barco se ela quisesse o mar, a paz se ela quisesse dormir, a verdade eh que eu me faria em pedaços pra que nada a possa atingir com eu o fiz, chorarei todas as vezes que lembrar daquilo, hoje ouvi summertime da Janis vim lacrimejando dentro do ônibus lembrando de como o meu coração fica bem quando você o guarda... desculpa as minha tolices, meus desencantos, deslises, eu não sou perfeito mas estou me esforçando ...e em verdade te digo, foi você sim que acertou sem excessos de munições....where is my mind ...








quinta-feira, junho 05, 2008

em contra-versão (versãozão) - Sargaço Mar


eu não sou a pessoa, as vezes delirantemente tenho ciume de mim, ela disse "pessoa", quem Fernando Pessoa?, cada vez que escuto isso, sinto a refração do meu eu num espelho concavo, ou seria convexo?, com pequenas fagulhas de vidros cortantes, ae me veio na cabeça o seguinte pensamento "o meu eu é a unica coisa que pode tomar tudo de mim", achei profundo isso, as vezes eu fico pensando que eu meu ela gosta?, qual deles ela ama mais? na maior parte do tempo sou quem? por exemplo hoje estou em guerra, hoje a paz é a armada mais uma vez, (admito que me deixo tomar de vingança), tenho olhos de chuva sempre, mesmo quando o sol é de matar, ainda ontém eu era o cão na terra, encontrei ela, sem a interrupção da terceira pessoa, ai eu sinceramente odeio esta terceira pessoa, porque esta pessoa é da vida dela, mesmo sabendo que sou eu, eu fico furioso, mas eu me controlo, sim eu tenho ciumes dela, de quem tenta impressiona-la, de quem tenta persoadi-la, de quem sabe que eu estou aqui, pelo amor de deus...ahh sacanagem, tenho ciumes desta terceira pessoa, que não me respeita, que abraça ela, e dá os xeirinhos que eu só eu posso fazer... ah eu fico até sem jeito comigo as vezes me olho e penso seu sacana nunca mais chegue perto dela... só eu posso só eu!!!! só dividirei ela com os pedaços de mim... sim eu tenho raiva das coisas que entram NO MEU TERRITÓRIO sem a minha autorização...

terça-feira, maio 27, 2008

UM DIÁRIO DE MAIO DE 68

José Ribamar Bessa Freire01/06/2008 - Diário do Amazonas


O poder instituído organiza a memória coletiva, inventando lembranças e, em conseqüência, determinando o que deve ser esquecido. Ergue monumentos a alguns personagens, que passam assim a ser ‘atores da história’, e silencia sobre outros, que deixam de existir, mergulhados no olvido. Nesse processo de memória seletiva, muita coisa é escondida, ocultada, jogada debaixo do tapete. “O passado é aquilo que não passou do que passou”, nos ensina o poeta João Cabral de Mello Neto. Nesse sentido, o passado não está antes, mas dentro do presente, a memória é construída.
O Museu Paulista, por exemplo, erguido lá, nas margens plácidas do Ipiranga, exibe estátuas gigantescas de mármores dos bandeirantes, apresentando-os como heróis nacionais: estão lá esculturas de Raposo Tavares, Fernão Dias e de todo o Esquadrão da Morte, convivendo com a estátua de bronze de D. Pedro I e com estatuetas que decoravam as mansões da elite brasileira. Suas vitrines mostram dezenas de estojos contendo cachinhos e mechas de cabelos de senhoras da Casa Grande, mas não tem nada da senzala, nem sequer um pentelho de um índio ou de um negro.
Existe assim uma intenção deliberada de apagar a resistência e a contribuição de negros e índios para a formação do Brasil. E não é por falta de ‘atores da história’. Em sua tese de doutorado sobre a Amazônia, David Sweet apresenta uma longa lista com nomes de 98 índios que lutaram contra o poder colonial português só nos rios Negro e Urubu. Nenhum deles é oficialmente lembrado. Não existe sequer um beco com o nome deles. Não foi por mera coincidência que o zoólogo Hermann von Ihering, diretor do Museu do Ipiranga no final do século XIX, propôs o extermínio físico dos índios. A memória é um campo de disputas acirradas. Aquilo que uns querem esquecer, outros lutam para lembrar, como vimos recentemente com as comemorações do movimento de maio de 1968, na França. De um lado, o presidente Sarkozy declarou que quer apagar o que chamou de “herança maldita”, mas de outro acabam de ser editados os arquivos inéditos sonoros da RTL, com as gravações dos programas de rádio que cobriram os acontecimentos da época: viaturas da polícia incendiadas, barricadas, prisões, centenas de feridos, a Sorbonne ocupada, depois de declarada “comuna livre” com o hasteamento de uma bandeira vermelha.
Os arquivos sonoros da RTL mostram que a rádio foi para as ruas. Reportagens, discursos, entrevistas, correrias da polícia, bombas de gás lacrimogêneo, a respiração ofegante do repórter que grita no microfone: “Cuidado! Uma pedrada!”. Passeata em Paris no dia 13 de maio com 800.000 pessoas cantando: “Ce n’est qu’un début, continuons le combat”. Entrevistas com o líder estudantil Daniel Cohn-Bendit, ainda em 22 de março, quando os alunos ocuparam a universidade de Nanterre. Depois, vem a cobertura da ocupação da Sorbonne, no dia 3 de maio, com a fala de Alain Geismar, os discursos do poder: De Gaulle, Pompidou, Chaban Delmas.
No entanto, existem alguns depoimentos pessoais, que ficam de foram da memória oficial, mas que mostram o peso da história no cotidiano de pessoas anônimas e comuns, como nós. Uma professora universitária, Anne-Marie Milon, minha colega na UERJ, enviou e-mail comentando o que escrevi aqui há duas semanas sobre o movimento de maio de 1968. Ela estava lá, nas barricadas do Boulevard Saint Michel. Em plena efervescência, conheceu um estudante brasileiro que se tornou seu companheiro, o que mudou sua vida e seu destino, trazendo-a para o Brasil. Fez um diário, onde foi anotando o que estava vivendo.
Em 1968 Anne-Marie Milon, hoje Oliveira, era uma jovem estudante de Letras Modernas na Université Paris IV – a Sorbonne. O seu relato é discreto, sóbrio, não registra grandes gestos heróicos ou épicos, do tipo que foi criticado por Joaquim Ferreira dos Santos numa crônica carregada de ironia, publicada em O Globo (26/05/2008). Ela me enviou por e-mail alguns fragmentos de seu diário que merecem ser compartilhados com os leitores.
“Prezado Bessa, amei seu artigo. A grande maioria do que vi publicado nesses dias me parece tão longe do que vivemos. Você não estava lá em 68, não é? Mas parece que sim”.
“Eu era estudante de letras, na Sorbonne. No primeiro dia ( 3 de maio), não sei porque, percebi que algo diferente estava acontecendo. Estava lá, na biblioteca, vi os primeiros acontecimentos. A polícia cercando, a manifestação se formando. Comecei a escrever um diário. Hoje releio este diário com emoção: as ingenuidades da idade me fazem sorrir, mas também me vejo mergulhada de novo naquele clima extraordinário que nunca mais vivi.
“Maio, como você sabe, já é um mês "quente" e, sobretudo, os dias são longos. Eram interminavéis... e tínhamos todo o tempo do mundo! As discussões no grande anfiteatro – o "grand amphi" - tão enfumaçado que mal se conseguia ver o outro lado e, talvez a lembrança que mais marcou: os grupos se formando nas ruas (no "Boul´Mich´" que você cita no seu artigo), as pessoas se encontrando... desconhecidos discutindo em rodinhas na calçada com paixão, ouvindo, aprendendo... Falaram de tanta coisa... de "happening", etc. Para mim foi isso, um imenso encontro que abriu tantas portas e janelas no meu universo de estudante bem comportada.
“E os filmes do Glauber... a Bossa Nova... dando cada vez mais força ao meu desejo de ir para a América Latina - a América Latina de Cuba, do Che... Mas também, para mim que era ainda muito ligada à Igreja Católica, a América Latina do Camilo Torres, da teologia da Libertação, daqueles bispos tão corajosos do Brasil que conhecia pelo nome. Foi em 15 de maio de 68 que conheci o Zé Luiz, meu companheiro.
“As barricadas, sim, foram uma "revivência" da Comuna de Paris. Refazíamos a Comuna esmagada no sangue de dez mil parisienses. Lutei também na retaguarda, nos fundos da Sorbonne, fazendo sanduiches kilomêtricos com baguettes doadas pelos padeiros de Paris e máscaras contra gás lacrimogêneo (dois "modess" costurados num retângulo de pano e mergulhados numa solução de bicarbonato de sódio. Com óculos de mergulho, dava para agüentar meia hora na barricada!)
“E desfilei cantando a Internacional. Esta alegria de se sentir imerso numa multidão imensa, eu só reencontrei nas "Diretas Já!".
“O mais lindo foi quando, vencendo a oposição férrea dos sindicatos, os operários se juntaram a nós, retomando, como dizia um dos milhares de slogans da época, ‘a bandeira da revolução’ de nossas ‘frágeis mãos’ de estudantes".
“Obrigada por me fazer reviver um pouco destes momentos tão importantes na minha vida! Um abraço. Anne-Marie”.

quinta-feira, maio 22, 2008

palavras pesam mais

foi como se sentisse um murro, entre por entre os meus punhos em posição de defesa, veloz como um raio e pesado como uma tonelada acertando o meu o queixo a uma velocidade extraordinária, foi tão forte que no momento expulsou todas as minhas ideias, raciocínios rápidos, balançou tão forte a minha cabeça, que tudo que tinha dentro até mesmo as minhas lágrimas caíram no chão, se perdendo entre as bitucas de cigarro, as casquinhas de bombom de hortelã, rótulos molhados de cerveja, o que lembro depois do que ela disse, era só de dois homens disputando um jogo ao qual eu não conheço, mas lembro que um deles disse "quanto mais me esforço pra tentar ganhar, mas a atmosfera destas peças me jogam num beco sem saída, parece que a qualquer hora você vai empurrar este punhal no meu coração, de vez, estou perdendo"foi isso que senti, foi um golpe tão duro, que eu não tive nem tempo de chorar direito, foi tão esmagador, que os meus sentidos se apagaram antes mesmo de sentirem algo, black out, depois lembro de subir no micro, dae em seguida lembro de um abraço que foi pior talvez porque realmente este abraço, me tirou tudo da cabeça, ela levou consigo o pensamento de chegar em casa, dormir tranquilo depois de um dia difícil, dae em seguida eu lembro de parar no posto de combustível e fui abastecer-me de vazio, me enchi tanto que até a uma certa altura quando sol já tentava se apresentara lembrei que tinha casa, lembrei já era um outro dia, e minha avó diz que "quem toma banho por ultimo fica com a cara de ontem" e confesso que pretendo deletar ontem do Hd, ou melhor do pouco do hd, dae já lembro de chegar em casa completamente bêbado, de olhar pro meu cachorro, que parecia que entendia o que eu sentia, ele não pulou em mim, não me lambeu, não fez de cara de feliz, ele simplesmente me escoltou até a porta esperou eu abrir e fechar me olhou como quem diz"amanhã a gente conversa tah?" dae lembro que deitei na cama e a bebida girou a roda da fortuna e acordei com um gosto amargo que espero que passe....

sexta-feira, maio 09, 2008

Polaróide


Todos os dias antes de eu mergulhar-me nos artefatos da vida cotidiana eu me pego pensando nas paisagens urbanas, que por nós simplesmente foi posta ali, na esquina em que você dobra todos os dias, aquele novo tom de luz quente que dá um ar de nevoa porque refracta num outdoor e vai fazendo você relaxar a cada passo apressado que se acalma dentro de nós ou de mim não sei, venho diante destas letras que vão rebolando em dlls, foi assim nos silêncios dos integrantes que a banda se afundou, os instrumentos não dançaram mais entre si, o silêncio pesa e silencia em cada acorde solitário, mirado à outras caixas valvuladas, no tópico passado perdi o amigo que em lugar algum sabe chegar, que tem razão de tudo, que está na calçada do 15 contando horas até uma outra chance aparecer...sonhando, alguns amigos perguntam e a Remanescentes, eu digo não sei, acho que perdi meu cargo (respondo com um sorriso amarelo), mas retruco rapidamente culpa minha, é verdade culpa minha, agora "renascendo das cinzas do punk rock hardocore!!!", mas não se soa pesado, agora seguirei o que ele foi fazer, trabalhar como uma formiga, dentro da toca, pelo menos eu já consegui melhorar a qualidade das minhas gravações, o bom é que no meio de todas estas perdas eu voltei a escrever poemas que tocaram de novo, vamos à viagens através de musicas mais sinceras, não algo pré-fabricado, porque eu estava analisando que agora a onda é se disfarçar de auto independente, todo mundo faz tudo só, eu posso estar errado,mas vou apostar no meu erro, tenho competência pra errar, eu não vivi o bastante, pra estar sempre acompanhando as novas ondas, prefiro esperar navegando em ondas distantes desse "bafafá" media, os meus guideds by voices da vida estão em fervor , uma brasa mora parente, acho que vou me juntar à causa da reserva Raposa do Sol, tadinho do "sêo" "Quartiêro", nunca mandou bala num indiozinho, tá lá em Brasília injustamente preso, só uns indiozinhos, pelo menos ele não pôs fogo neles como o pobre Galdino que foi incendiado, talvés lá eu não seja uma perda de tempo, e assim estamos distanciando-se nos convites apáticos, nas maneiras de dizer que o volume esta abaixando, que a luz vermelha do Augustinho já brilha forte ao norte, aprendi muito, isso é importante, mas acho que este tempo todo de banda, a coisa mais importante que eu aprendi foi a manter o compasso firme, mesmo que os dedos tornem a doer... fazendo coisas na distância..lá onde os olhos não possam ver.. prosseguir é o que há, vou tomar umas terras indigenas por aí.

terça-feira, abril 15, 2008

Poema para a minha Margarida a mais bonita.



pra escolher os olhos eu escolheria os seus
pra sentir o vento preferiria a sua mão seu toque de petala
pra aconselhar meu coração eu escolheria seu silencio
pra voar em direção ao sol escolheria a frieza do seu olhar
se fosse pra explodir o mundo eu te observaria dormir
pra pensar na minha velhice eu esperaria sentir
pra cansar de sorrir eu te aperrearia
se fosse pra escolher minha fome teria a fome de ti
pra tentar cair em desespero te escolheria como cama
pra acordar no meio da noite te chamaria de madrugada
pra acolher as tuas lágrimas te transformaria em dias de chuva
pra pensar alto eu ficaria no seu colo num dia frio sem carros no trânsito
pra atravessar o mal eu seguraria a tua mão
pra falar de mim tu serias ouvido, barulho de cachoeira
como se pudesse estar feliz tal agua em ribanceira
seu fosse pra enlouquecer que fosse diante do seu sorriso
tímido esguio no contra-luz das luzes do poste
pra embelezar o tempo seria chuva de agua orquidantes
dizem que tu és bagunçada, que bagunce a mim também
pra curar-me doses homeopáticas infinitivas das tuas pétalas
asinhas de borboleta que eu temo tanto
pra cair em estado de graça margaridas menores vindas de ti
com todos os teus trejeitos de se mover contra o vento
pra cuidar de vocês as minhas margaridinhas lindas
infinitos beijos desta abelhinha (embebida dos seus pólen) que os ama tanto...





terça-feira, abril 01, 2008

ao amigo perdido


em algum lugar no tempo perdido e entre as poças de lama próximas da ponte de madeira deteriorada onde determinava as fronteiras nucleares, ali naquele cenário sujo eu deixei de contar contigo, algumas pessoas de muito apreço já haviam me dito, que você é um ser sem lado, você esta do lado em que te oferece mais,que você é uma pessoa que mendiga atenção, e digo sem motivo, que você só lamenta sem reparar aonde deu errado, sem ouvir a verdade diante dos cachorros vagabundos da rua, só me vem a ideia de tolerância e respeito, havia também próximo deste lugar, pedaços de letras que indicavam seu nome, havia uma turva e suspensa sensação de desgosto, por algumas coisas que eu te fiz, e por mistérios que eu não criei, mas que a língua suja da rua soprou nos teus ouvidos e você no alto da sua razão desconsiderando todos os bens vitais para que aquilo sobrevivesse, acreditou, você foi uma pessoa cativada, procurada, por aquele que domina as palavras e que hoje não podendo mais apagar as manchas das letras, escreveu tanto que você virou página virada, num lugar consiso e seco dentro da história, você invadiu a as palavras dele e muitas vezes participou das escolhas literárias que foram de muito grado, guardarei a suas coisas debaixo do armário, é hora de retirar você dos mostruários das estantes assim disse o homem das letras, sem guerras , sem mais conflitos, as palavras hão de se retirar em silêncio.

segunda-feira, março 31, 2008

Thiamats (Umpluged for a moment)



Manaus - A separação da Tiamates é só um mito. Nesse momento, cada um cuida do seu projeto paralelo após o terceiro disco de sucesso "invisible candiru attacked me over the jurua river"
Quando foi anunciada as ferias da banda, que se encontra a beira da exaustão após a turnê por Barreirinha, Santo Antonio do Içá , Borba, Cabeça do cachorro, Orelha do cachorro, Língua do cachorro, Olho do cachorro, Peido do cachorro, Costela do cachorro, Cachorro quente e boca do Acre, fãs entraram em desespero e invadiram o Núcleo 15 sem nenhuma razão aparente destruindo um mendigo que atendia pela alcunha de "my friend",o que não resultou em nada visto que nenhum integrante mora la, mesmo neste momento de férias a banda já pensa no novo disco que a principio deve se chamar de Anus Kongus, uma singela homenagem prestada ao baterista da banda.


Agora, a Tiamates aproveitara suas ferias e tocara seu novo projeto "there was a little girl eating farinha in manaquiri that I love" somente em 2010. (Agencia Reuters)

Fica decretado abstinência do projeto La Poderosa Tiamats Verdes Fritos, porém o retorno será incrivelmente profano e eterno! Até a volta aos amigos vamos pedindo encarecidamente que continuem comendo o jaraqui da balsa da travessia do São Raimundo que estes dois anos sejam breves, e que possamos todos juntos virar altas doses de mentinha do poder no largo São Sebastião, como nos velhos e bons tempos.

sexta-feira, março 28, 2008

também se chamavam sonhos


gosto de estar entre os poucos amigos que tenho, houve uma época atras em que, nós éramos muitos amigos íamos ao Porão quando este ainda não era tão prostituído pela classe elitista que põe qualquer coisa pra si sem saber o que qualquer coisa realmente representa, no tempo da sopinha de feijão pra ser mais exato, e nós sentávamos e ficávamos juntos pelo prazer de ver o próximo com as suas alucinações, boa época, mas cada um faz seu destino, barcos a deriva em verdades próprias, ontem quando um dos remanescentes daquela época me ligou, passou um filme na memória, de todos os brindes "à boa e velha putaria", engraçado como vieram detalhes, se você sabe me diga quem eu sou, no meio desta mistura de infinitos fluídos que estão no tubo de ensaio inertes, inerentes, incompreendido, muito se foi é verdade, quero deixar bem claro, que agora há ex- velhas amizades, novas inimizades em repouso, esperando a primeira flechada no orc, preste bem atenção nisso, estou por enquanto esperando a primeira fitada pra atacar gosto de ter inimigos em potencial, gosto mais dos meus inimigos do que dos meus amigos, eles estão no meu coração já dizia Severino de Aracaju, "morro!! mas levo todos comigo!", é isso mesmo os misseis de cuba estão apontados e em bom estado de conservação, radiação saindo pelos olhos, mas calma apesar disso tudo, estou em estado de repouso, até porque tenho de guardar energia, pros meus camaradas, penso que agora que agora tenho facas, gumes afiados e muitos faqueiros abarrotados, vale-se frisar que numa faca suja de sangue por enquanto, mas confesso que quero ver você dançando na ponta da faca molhada de sangue dos seus olhos, quero salientar ainda que estou em tempos de pós guerra fria, toda paz é fundamentada em momentos de paz, acredito em tudo que escutar se vier de você, orelhas em pé sempre, o conceito de lealdade nos tempos de hoje anda meio esquecido, mas se incomoda o que os outros pensam, ou o que vão pensar, diga a eles que há muitas verdades à venda nos melhores shoppings centers da cidade que não são muitos, sim hoje meus demônios estão todos soltos e suas taças de sangue empunhada em mão direita, mãos de guerra, eu sou a guerra hoje, quero delirar em ira, quero extraviar tudo aquilo que a minha mente acha que é certo, quero deixar só exato, tenho mil anos de fúria pra destruir vocês, estou só esperando o seu sinal, eu e os meus demônios, mas hoje nós vamos nos divertir, logo a noite eu serei paz...mas paz armada...

quarta-feira, março 26, 2008

tenho sonhado bastante?


enquanto eu esperava o ônibus ontem, de volta pra casa, ouvindo (Whats the Story) Morning Glory, do Oasis, pensei comigo, que disco bom, ouvi no mp3 de cabo a rabo varias vezes, Roll whit it, e este trecho me chamou atenção:
I think I've got a feeling I've lost inside - Penso que eu tenho a sensação de que eu estou perdido por dentro.
foi quando eu percebi que havia perdido vários ônibus percebendo que eles estavam passando e sem saber o porquê eu não havia entrado, na verdade eu estava cansado, mas não entendi depois que o ultimo se foi, eu fiquei pensando será isso: I think I've got a feeling I've lost inside, e me passou na cabeça um monte de idéias da degradação do tempo em espaço aberto, passou pelas idéias de tempo sonoro, aquelas horas que você passa batendo o pé contando o tempo certo de fazer aquele "Bréck" esperto com os amigos da sua banda, os olhares à noite enquanto vocês estão tocando aquela viola naquele bar que sempre vão tomar uma cerveja, conversar sobre as mudanças climáticas, os mayas, os incas, sobre a falta da política publica da cidade, sobre a incoerência dos outros para com a falta de verdade, ou apenas rir do tempo. Você sabe que eu tenho que dizer que o tempo escorregou por aí, o que eu farei enquanto eu olho para você, que ando sem tempo pra ir por aí e correr atrás de tempo, eu vejo sinais muito rápidos passarem pelo meu monitor e eu quase sempre deixo escapar alguns símbolos pelos dedos da minha mente, eu sinto que não sei o caminho de volta, mas tudo eu ando pra frente mesmo quando eu estou derrotado eu ando pra frente, porque o tempo vem hora ou outra e destrói todos os abrigos que eu construi lá atrás, espero que este castelo seja como uma fortaleza tão grande e firme que possa ser vista do sol, quero comprar nuvens tão densas pro sol não me ver de lá e aí sim eu estarei bem protegido,aliás eu prefiro dias de chuva, espero estar falando bem alto agora, eu quero que todos nas ruas ouçam o meu silêncio diante disso tudo, mas acho que todos estavam ocupando os olhos na grande arena da TV, não sinta vergonha é verdade foi isso que conformou, e eu fui bolando pelas ruas dentro do próximo ônibus que passou, observando a velocidade com que as luzes dos postes passavam, e eu fiquei pasmo que já eram oita da noite e a chuva da noite caia fina, e eu acredito que ninguém reparou muito isso, ainda desci do alado, subi mil pés e vi lá por cima da chuva que eu tenho de dar uma longa volta em contorno do zero da álgebra, do ponto zero da função, imprimir todos os falsos trajetos, reaver com os homens da escrita vermelha a minha situação, eu vou conseguir tempo pra isso prometo em nome da nova eleição que vem vindo, prometo em nome do descaso com os bairros de Manaus, em nome dos buracos nas ruas da cidade, prometo em nome das mudas que a prefeitura disse que ia plantar e não plantou, da destruição da imensa área verde pra construção de um shopping pra uns e outros irem ver o jacaré da lacost, prometo em nome do crescimento desordenado de Manaus, vou dar a volta por cima.


Não vou sentir vergonha , porque o tempo não está condenado.


Odeio nihilistas que vêem e não aplicam o que realmente é.

quinta-feira, março 13, 2008

ao Sr. Cofferman

Hoje o dia amanheceu meio frio da noite de ontém, com o sol saia ainda preguiçoso, mas ainda sim frio, dava pra se notar na velocidade com que as nuvens se moviam lá em cima na imensidão do céu cinza, e ele diz ao celular "você é uma péssima referência no escritório", foi como se esta paisagem que já era cinza escurece seus tons chegando ao negro das fumaças dos ônibus que por ali passavam, foi como se eu desse de frente com um muro de concreto maciço, mas tudo bem jurei comigo mesmo, que vou voar, a questão de reagir numa situação destas chega até ser dificil pra mim.

A farsa do meu canto, ainda ontem cruzei com ele Mr. Cofferman, meio negligente com seus cabelos e caspas,mas ele sabe tão bem quanto eu que aquilo que esta externo já morreu, tudo começou quando o perguntei:” você viu?” ele disse sim, e deram adeus, foi assim que levantamos vôo até altas madrugadas, companheiros de alta luz, tentamos convencê-la, mas havia interferência, muita interferência química, química e pesada, então Mr. Cofferman bailava tal qual pensamento de Cordel, enquanto eu cumprimentava pela vigésima segunda vez o cidadão de vermelho, o qual depois de tantos apertos de mão, esqueci o nome, enquanto se formavam matrizes e alguns limites de Xs na minha cabeça, quando Mr. Cofferman afirmou ter tudo antes, mas naquele momento não tinha mais nada, mas eu disse insistente a ele que Nada não pertence a nada, porque de mim não resta mais nada tudo está com ela, quer dizer quase tudo, tem dias que me transformo em cão raivoso, e isso não fica com ela, porque eu não sei onde isso se encontra ou se perde dentro de mim, naquele dia em que um novo personagem, mais calado e preso dentro de si se apresentava, eu e Mr. Cofferman, discutíamos quando eles aqueles que demos adeus, iam voltar de novo, foi quando Mr. Cofferman disse olha se eles passassem mais rápido iam arrancar os meus olhos, o outro senhor calado e preso dentro de si, achava aquilo tudo muito estranho, muito confuso, porém ria um sorriso desconfiado, incluso por lacunas de silêncio e observação, enquanto nós eu e Mr. Cofferman, ouvíamos Rammstein, se bem que eu estava a resolver os alguns limites, mas pensei comigo e com o limite infinitesimal aonde que tudo isso vai dar, pois é impossível adivinhar o que mais vai ser calculado ou lido pelos meus olhos quando as coisinhas passarem de novo dando adeus, se ontem fui um cão raivoso, quando eu a ver posso ser um foca besta, tal qual aquele robô que faz companhia pra uns japoneses metidos a anti-sociais, deviam ir se tratar lá no zumbi, mas eu e Mr. Cofferman temos asas que voam diferentes entre si mas apesar da diferença voamos mais velozes que a transmissão de um pacote de luz na fibra ótica, que o Daniel Gomes nosso professor de física 1, não afirmou tal fórmula, até porque isso é física quântica, porque depois do fim a gente reconstrói a construção sempre, a verdade minha é que eu acho tudo mesmo quando tenho nada pra fazer, vários posts passaram pela minha cabeça, muitos mesmo, mas dei esta abstinência de mim durante este tempo, porque as coisas quando estão cheias de tudo precisam de nada, logo eu me esvaziei, mandei uma mensagem pro celular dela e ela repentinamente se encarregou de jogar aquilo tudo de ruim fora em algum lugar, agora estou pronto pra guerra, sim porque eu sou a guerra, guerra tranqüila é bem certo mas o meu papel é guerrear, a morte que se encarregue do fino do trabalho, o meu é o sujo, eu fomento coisas e a morte em sua glória seca, vai colhe os louros desta época ruim, ou seria uma época boa, não sei bem ao certo a verda é que esta noite fina, já está acabando e o senhor calado e preso dentro de si, me ofereceu carona, junta daquela quimicamente pesada, e fomos todos pra casa, neste entrelaço é bom salientar aqui que me perdi do Mr. Cofferman, ele cruzou algum corredor, apesar de tê-lo visto caminhando indo deitar no seu ninho de lama e paz que ele mesmo cita em seu apocalipse, e nos perdemos durante longos cilcos de horas, até recomeçarmos com : “você viu?” – “sim”, talvez temos muita sorte de termos asas enormes e discos voadores.