terça-feira, abril 15, 2008

Poema para a minha Margarida a mais bonita.



pra escolher os olhos eu escolheria os seus
pra sentir o vento preferiria a sua mão seu toque de petala
pra aconselhar meu coração eu escolheria seu silencio
pra voar em direção ao sol escolheria a frieza do seu olhar
se fosse pra explodir o mundo eu te observaria dormir
pra pensar na minha velhice eu esperaria sentir
pra cansar de sorrir eu te aperrearia
se fosse pra escolher minha fome teria a fome de ti
pra tentar cair em desespero te escolheria como cama
pra acordar no meio da noite te chamaria de madrugada
pra acolher as tuas lágrimas te transformaria em dias de chuva
pra pensar alto eu ficaria no seu colo num dia frio sem carros no trânsito
pra atravessar o mal eu seguraria a tua mão
pra falar de mim tu serias ouvido, barulho de cachoeira
como se pudesse estar feliz tal agua em ribanceira
seu fosse pra enlouquecer que fosse diante do seu sorriso
tímido esguio no contra-luz das luzes do poste
pra embelezar o tempo seria chuva de agua orquidantes
dizem que tu és bagunçada, que bagunce a mim também
pra curar-me doses homeopáticas infinitivas das tuas pétalas
asinhas de borboleta que eu temo tanto
pra cair em estado de graça margaridas menores vindas de ti
com todos os teus trejeitos de se mover contra o vento
pra cuidar de vocês as minhas margaridinhas lindas
infinitos beijos desta abelhinha (embebida dos seus pólen) que os ama tanto...





terça-feira, abril 01, 2008

ao amigo perdido


em algum lugar no tempo perdido e entre as poças de lama próximas da ponte de madeira deteriorada onde determinava as fronteiras nucleares, ali naquele cenário sujo eu deixei de contar contigo, algumas pessoas de muito apreço já haviam me dito, que você é um ser sem lado, você esta do lado em que te oferece mais,que você é uma pessoa que mendiga atenção, e digo sem motivo, que você só lamenta sem reparar aonde deu errado, sem ouvir a verdade diante dos cachorros vagabundos da rua, só me vem a ideia de tolerância e respeito, havia também próximo deste lugar, pedaços de letras que indicavam seu nome, havia uma turva e suspensa sensação de desgosto, por algumas coisas que eu te fiz, e por mistérios que eu não criei, mas que a língua suja da rua soprou nos teus ouvidos e você no alto da sua razão desconsiderando todos os bens vitais para que aquilo sobrevivesse, acreditou, você foi uma pessoa cativada, procurada, por aquele que domina as palavras e que hoje não podendo mais apagar as manchas das letras, escreveu tanto que você virou página virada, num lugar consiso e seco dentro da história, você invadiu a as palavras dele e muitas vezes participou das escolhas literárias que foram de muito grado, guardarei a suas coisas debaixo do armário, é hora de retirar você dos mostruários das estantes assim disse o homem das letras, sem guerras , sem mais conflitos, as palavras hão de se retirar em silêncio.