ainda ontem antes de dormir, embebido de sono, tranquilizado pelos braços dela, lembrei de Belchior, quando atravessei ruas inteiras, enquanto passavam-se as luzes dos postes sobre a sombra da noite, são só coisinhas que eu vou dizendo, a parte "b" de vários capítulos nebulosos de uma caminhada, intrigante como estrofe perdida, aquelas passam pelos meus pensamentos e eu não consigo domá-las, pensei nas vezes que me deixei levar, nos vícios que fui ganhando, a cada esquina que cruzava com o salubre gosto da ânsia fui perseguindo os fantasmas de outrora conversando comigo num monólogo de várias vozes, talvez seja grosso e brega como disse a Daniela, mas sei que ela tem minúscula partícula de autoridade de falar qualquer coisa de mim, ela talvez só refletiu e tomou suas reflexões de verdade, bom a ela, que se deixa selecionar selecionada foi, até porque mais brega é morar no norte do Amazonas achando estar em Londres, mas isto é outra conversa, é como desferir palavras com a veracidade de um cão raivoso faminto, porem estes dias que se seguem eu me encontro em estado de paixão sinuosa, me encontro em bossa nova, em chuva ribeira, talvez porque quero ficar toda hora colado a ela, como aquela noite no Galvez, os carros passando a cidade no fundo adormecendo, parece que naquele com céu vermelho de chuva eu estivesse entregando a ela o resto que faltava, até antes de ela chegar eu fiquei ouvindo uns sambas, umas musiquinhas de tons mais tristes, e isso me levou a umas angustias, uma delas foi o que fiz, o punhal que nela pus, e até hoje isso me tortura, mas enfim eu estou melhorando vejo nelas isso, é o gas que me deixa feliz, na verdade a minha maior satisfação atualmente é vê-la sorrir, ou ela ficar quietinha com um semblante sereno que só ela sabe ter.. é isso por enquanto eu estou em remanso de rio...que se perdure.
quarta-feira, dezembro 19, 2007
domingo, dezembro 02, 2007
este fala de mim
Olhou o mar,
A imensidão,
Mas não desanimou
Deixou o cais
Na embarcação
Remou, remou, remou
Depois cansou
Mas ao tomar
A brisa em alto mar
Sentiu prazer e não voltou, jamais.
O humor do mar
Vigor do sal
O entra e sai
Do anzol
Água
Que deságua em água
Água
Tudo igual
E um barquinho pontual
Fez seu lar
Seu ninho lá
Sozinho ao léu
No chão do céu
Sol a sol
E a lua
Toda noite
Toda sua
Deu ao mar
O que é do mar
O dom de errar
O deus dará
Pau a pau
Pra quê lutar?
Seu lugar é o vão do bote
O mar não pode ali entrar
foi lá
Tem carnaval
Muito além do cordão
Tem interior
Muito além do sertão
Pra lá
Desse mundo
Tem mais
Do que um rancho fundo
Tem mais fazer
Em saber por que faz
Tem mais querer
Em querer por demais
Pra lá
Do que é muito
Tem mais mundo
Mais que um
Pra lá
Pra lá do bamba
Tem a fera
Pra lá da banda
Tem batera
Pra lá do inverno
Primavera
Tem animal
Onde a gente nem vê
Tem mais país
Muito além da tv
Pra lá
Desse mundo
Tem mais
Do que um rancho fundo
Sempre tem sol
Muito além do lugar
Tem futebol
Muito além do placar
Pra lá
Do que é muito
Tem mais mundo
Mais que um
Pra lá
Pra lá do bamba
Tem a fera
Pra lá da banda
Tem batera
Pra lá do inverno
Primavera
Pra lá do centro
Tem a esfera
Pra lá da esfera
Atmosfera
Pra lá do ar
A nova era
Pra lá da era
Só espera
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