quinta-feira, janeiro 31, 2008

andando de volta pra casa


então chegamos no bar sentamos ao redor da mesa, como uma espécie de fogueira, acompanhando o som dos fechos, ficamos diante dos flash backs, cantamos, conversamos, observei o trânsito preguiçoso que se estendia até onde meus olhos podiam ver... melodia, melando a alma, luto silêncio e luzes iam cruzando as avenidas de mãos dadas, e nossa primeira musica?, ficou bonita estrelas do centro da terra que se estendeu durante alguns minutos, fadados ao fim interminável dos trastes e aros cromados, que esperavam aflitos o apertar dos dedos, guiaram-se atemporais aos cronômetros alucinados do Agostinho, de mãos dadas, fadas fadadas em pó, e levantamos em pequenos pedaços de nós, abrimos as portas, abraços... montamos os alados faróis, e cruzamos o vento das avenidas fedidas, extraviando o mal cheiro, fugindo da rapidez dos relógios, religiosos em cantoria, descemos, há tempo ...há tempo demais entre o primeiro e o segundo colocado, mas ninguém ganhou nada ainda, se é que coisas que vencem realmente ganham... livros de cabeceira, isqueiro, copinhos de vidro pequenos, poesias... sujeira do mundo, descemos da nave terrestre nos olhamos uma ultima vez, e caminhos em direções contrarias entre nós, e continuei caminhando de cabeça baixa fumando cigarros imaginários soprando o vento procurando entre as portas a minha cama...cansaço...insônia.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

percepções


quando eu te percebi foi como pedaços de cristais atravessassem os meus olhos sem dor

foi como se aquela multidão emudecesse e o meu coração soasse como um relogio manso

quando eu te percebi algumas das tantas feridas sorriram

quando eu te percebi estendi a mão em desespero

foi como se não houvesse mais leme foi como se atirar no mar

quando eu te percebi já tinha me esquecido

quando eu te percebi ignorei em teimosia as causalidades


quando eu te vi algo dizia em tom de voz tranquilo que estaria tudo bem em breve

quando por um minuto te perdi, os muros foram caindo em escombro

quando por um minuto te perdi, senti meus ossos racharem

quando por um dia fiquei sem ti, o meu coração se ausentou de mim

quando eu achava que tinha perdido tudo eu sem querer de novo te percebi

quando voltei a te encontrar, espalhei vários jardins na minha alma

quando te encontrei de novo, não voltei nunca mais no lugar em que te perdi.

dedos pés e estradas amarelas em dias de chuva


Hoje de manhã fui surpreendido com um poema em minha homenagem, muito obrigado pifo.

dedos pés e estradas amarelas em dias de chuva


Ainda não chove
Caminho pela estrada.
De terra, amarela
Não está quente...
E o vento me traz
Uma melodia, um ritmo
A beira da estrada
Musica
Dedos cadentes ao negro violão
Canto triste, melancólico
Fala da ausência
E assim guia meu coração
Sentado a velha cadeira na estrada
Insólito
Continuo a caminhar no embalo do som
A chuva finalmente caí
O trovador para e repara
A terra, molhada
Amarelada como tinta
Pintar os pés de quem passa
E a alma de quem toca
Aline Areque

" Acabou Chorare" George Orwell


Ai que saudade dos movimentos tropicalistas, dos psicodelistas, das novidades culturais, estou cansado de me contentar com estas novidades que se dizem tais novidades, na data de hoje a morte abatia George Orwell escritor britânico, que atendia por um pseudônimo de Erik Arthur Blair, autor do livro A Revolução dos Bichos, foi imediatamente interpretada como uma fábula satírica sobre os descaminhos da Revolução Soviética, chegando a ter sido utilizada pela propaganda anticomunista.

O Clássico foi lançado em uma época que correspondia ao final da Segunda Guerra Mundial.

Orwell era socialista e criticava abertamente tanto o comunismo como o capitalismo.

Neste livro o autor constrói uma sátira em que critica a Rússia Soviética e o autoritarismo stalinista, ambos resultantes da Revolução Soviética. Devido ao fato de à época da sua primeira publicação, a URSS ser aliada da Inglaterra, o autor teve complicações em publicar o livro.
Inspirou bandas como Pink Floyd num album que teve o comando de Roger Waters o décimo 15º da banda de 1977, com um ar de militarismo irônico, o mesmo é baseado quase todo no livro de Orwell, com excessão de 2 faixas que já vinham sendo escritas há algum tempo.

George foi agente de policia na Birmania, mas cinco anos depois deixou o seu posto, por alegar opressão daquele povo para com ele, escreveu então the Road to Wigan Pier, Regressou então ao Reino Unido, onde sua vida tomou um rumo incerto. Desempregado ou com empregos de circunstância, deixou definitivamente de ter um percurso convencional; descreveu este período difícil na obra Down and Out in Paris and London . Nunca fez estudos superiores. Juntou-se ao POUM - Partido Operário a União Marxista, uma milícia de tendência trotskista contra Francisco Franco e seus aliados Mussolini e Hitler, na Guerra Civil Espanhola. Foi ferido no peito. Uma bala danificou-lhe as cordas vocais, saindo pelas costas, e desde então sua voz ficou ligeiramente alterada. Mais tarde escreveria o livro "Lutando na Espanha", em que relata sua experiência na Guerra Civil Espanhola.

Morreu no dia 21 de janeiro de 1950, de tuberculose , na miséria, incompreendido pela sua época, desmoralizado, abatido com "alguém de duas pernas", descanse em paz.

quarta-feira, janeiro 16, 2008

à chuva





Enquanto caem as gotinhas de chuva
eu penso no acidente com os alunos
enquanto caem as gotinhas de chuva
eu observo transeuntes intransigentes
enquanto caem as gotinhas de chuva
peço que ela que mantenha calma
enquanto caem as gotinhas de chuva
coço levemente as sobrancelhas
enquanto caem as gotinhas de chuva
o celular toca alguém me chama alguém se foi
enquanto caem as gotinhas de chuva
eu amordaço a minha tristeza em outro silencio
enquanto caem as gotinhas de chuva
eu escorrego fácil em pétalas de paz
enquanto caem as gotinhas de chuva
eu observo a força dos homens
enquanto caem as gotinhas de chuva
compadeço-me com Gabriel e sua solidão andina
enquanto caem as gotinhas de chuvas
obrevivo à maquina cruel da futilidade
enquanto caem as gotinhas de chuva
penso no fim das minhas fumaças
enquanto caem as gotinhas de chuva
penso no inicio de fevereiro
enquanto caem as gotinhas de chuva
penso nos desabrigados nas palafitas
enquanto caem as gotinhas de chuva
falo com os meninos para terem cuidado
enquanto caem as gotinhas de chuva
eu mostro ao meu coração que posso ter um pouquinho de paz serena

terça-feira, janeiro 15, 2008

pra onde vão as coisas


Foto : Lincoln Mar



hoje eu acordei fora de fuso, as datas no meu calendário foram devoradas pela rapidez enlouquecida do tempo, bem vindo 2008 hoje que eu me dei conta, eu comecei a observar a cidade agitada como se o mundo fosse acabar amanhã, e agora eu quero ver qual vai ser a nova sensação, a nova velha coisa deles, na verdade eu gosto mesmo é de calmaria, ultimamente não tenho tido tantas, estou me dedicando ao fim do meu tabagismo, e do meu alcoolismo, da minha parte egoísta, dos pré conceitos, mas tenho vontade de ver a nova perca de tempo, acho engraçado olhar os outros criarem teorias sobre o insuficiente, sobre o contexto geral da harmonia das coisas, engraçado mesmo é o jeito de como elas se fazem entendedoras disso, e eu lhes dou o Big Brother!!! pan pan pan!!! o mais novo coliseu de Roma, soltem os leões, liguem as televisões, e vejam a mesquinharia e a futilidade do presente que há de se fazer futuro, deixem de lado as suas vidas e se prendam às vidas alheias, esqueçam suas cóleras, seus problemas de pulmão, seus cânceres, sua famílias problemáticas e venha iludir-se e angariar a falta de cultura você também!!!

ai... na verdade eu vejo que a simplicidade se confundiu com idiotices, o dom das cantigas, dos romances, das sombras dos "oixis" da Getulio Vargas perderam-se dilaceradamente diante dos viadutos inacabados, da politicagem gatuna, da falta de crédito do povo, da ausência de consenso cultural, e que cultura, e vemos apáticos os grandioso espetáculos no Largo são Sebastião, "pessoalmente comentando eu acho aquilo tudo muito parecido com o que fazem na rede publica de ensino, onde passam milhares com a barriga na catraca, sem analisar que ensino é este"

eu queria saber até quando estes vermes vão se suportar diante dos seus próprios pés...

até quando eu ainda vou ao centro correndo o risco de não poder ficar no Largo São Sebastião e comer alguma coisa sem uma perninha de barata por perto....
queria saber até quando os ponteiros do relógio daquela igreja vão me atrasar...
queria saber o porquê que todo mundo é tão passivo assim...
quero saber o que fazer quando isso tudo me entalar....