terça-feira, julho 22, 2008


uma vez puseram a mesa, de uma forma muito formal tantos talheres que eu nem sabia pra quê e o quê cada um servia, e eu não comi nada por vergonha, outro dia já serviram no palitinho, e eu tenho as mãos grandes e ambiciosas, e mais uma vez a falta de tato, me deixou com fome, e agora estou comendo com as mãos pra aprender eu te confesso Aznavour nem foi tão bom quanto escreveste, horas desceu, amargo e outras, sem graça. Ainda estes dias tive vontade enorme dos cigarros, mas me contentei com bombons, eu acredito e espero que uma hora isso passe, confesso também, aqui nestas linhas puídas, que quase morri, houve momentos que em que senti a falência do corpo, lentamente eu vi as imagens se desligando pouco a pouco, e no fundo mas bem no fundo eu ouvia respira fundo, precisei de agua muita agua, sempre estive ligado a ela de alguma forma, as vezes eu sinto umas pontadas no peito, e isso me faz lembrar que eu outro dia comendo com as mãos, fiz a besteira de deixar cair boa porção da "colherada" no chão e fez falta, e como fez, meu estômago por alguns instantes fez sim, eu quero de agora em diante comer devagar, eu mastigo rápido as vezes eu até nem mastigo direito, mastigar é um hábito que exige tempo, e tempo é precioso vocês sabem disso, e as vezes eu gostaria de me jogar de algum lugar, de sair caminhando, mas eu sabia que se fizesse algo seria a ultima refeição, depois eu senti tudo aquilo que eu disse aí em cima, fiquei meio desnorteado, mal consegui dormir, aliás dormi seco, pesado, em vagos momentos que consegui acordei na ideia de ser domingo, atrasado, todo errado, e com o inchaço no rosto, fui à luta de mais um meio dia de trabalho, até que os problemas profissionais foram muito bem digeridos, mas te reconfesso que a minha cabeça sempre estara presa pro depois do meio dia, em mim, eu achava que estava tudo bem, mas foi ela chegar e eu saber que não estava, e não estava mas tudo foi correndo conforme os nossos planos e encontramos a agua, ficou tudo bem, eu vi duas crianças, pensei nas minhas e pensando neles, eu não pude deixar de pensar que nada alheio ao meu passado possa afetar-lhes, não vou deixar esta desconfiança chegar a eles, mas não sei ainda como resolver este algoritmo, me senti tão bem em beija-la naquele imensidão de agua doce, fiquei leve, mas sabia que aquilo ainda me consumia, há muito tempo eu não sentira aquela ira nos meus olhos, e doeu, doeu muito, parece que foi ontem que eu fiz aquela merda toda, isso me segue e cruelmente morde pedaços de mim e do que no momento eu tenho mais importante, passei o domingo meu tristonho, (apesar de estar em família) engoli o gosto amargo a segunda inteira, até vê-la, espero velar por nós...

"dos muitos que viram você aqui disseram que mal você não faz"