quinta-feira, fevereiro 14, 2008

as dores no peito já diminuem

Há tempos atrás eu não sabia o que fazer... não sabia como lidar com as perguntas que me rodeavam, não sabia como eu poderia resolver aqueles problemas daquelas épocas, hoje a dor do peito já é bem menor, naquela época eu escutava tudo o que todo mundo dizia que era legal, e o pior eu achava legal também, aí como um turbilhão de coisas em paranóia, aqueles problemas mudaram, o desabamento da família, as tendências maliciosas que nos acompanham, mais uma série de pequenas complicações que eram somadas pouco a pouco, foram se tornando o grande Godzilla da minha vida, sem levar em conta aqueles olhares de desprezo dos familiares, poxa.. aquilo era pior que sentir dor de dente de madrugada, aí sem querer sem você saber como aquelas coisas foram mudando, você mudou e nem viu ao certo como isso aconteceu, sem perder a sua essência, sem mudar o seu coração, agora Augusto, parece que chegamos às ultimas carteiras de cigarro, as ultimas doses de irresponsabilidade, engarrafadas naquelas embalagens vagabundas, hoje você construiu o castelo que o seu Coração queria, você parece mais vivo, ainda é de recordar aqueles dias escuros que a gente se reunia sem causa, sem propósito nenhum, no meio de tudo, em meio à tudo, passamos imunes, sem perder a cabeça continuamos malucos, estamos num topo de improváveis, a verdade é que me sinto velho... mas não cansado, perdi alguns amigos durante esta caminhada nebulosa, muitos ficaram perdidos nas escolhas das esquinas, mas alguns que não estavam com você, como você souberam dobrar na rua certa, parar na hora certa, se abrigaram na sacada perfeita, quando a chuva engrossou, chuva à noite no centro de Manaus é perigoso, ouço o Sandro falando dos festivais do Olímpico, coisas que só quem andou pela época, quem sentiu sabe o que foi, que quem era roqueiro era doidão, chapadão, drogadão, mal elemento, sabe, vejo que hoje em dia ser roqueiro como a gente foi é muito mais fácil, o que ficou mais difícil, agora, é segurar a onda como nós seguramos Augusto, Sandro, Paulinho (Amigos), naquela época a gente realmente se emocionava com o que ouvia, com o que sentia naquelas reuniões na velha praça do congresso, agora tudo é moda, mas ainda assim agradeço aos malucos da periferia, que vem de longe só pra sentir o que naquela época agente sentia também, mas quanto ao resto, é só pra aparecer, não vai durar muito, ou a intensidade é demais ou fica fraca que não vai se agüentar na cama, quando a dor desta ressaca chegar, e aí doidão? quem vai pagar com isso? é bom pensar nisso, eu já passei por isso, e descobri que estas pessoas que eu citei que somos enormes, como um caminho tranqüilo agora, foram dez anos inesquecíveis....

3 comentários:

A678 disse...

Revelador Coração...

Anônimo disse...

é muleke, a vida é louca!

xD

Sandro Abecassis disse...

...me lembrou os beatniks, a loucura tão senil!!